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Audrey Básica

Antes de mais nada: as autoras deste blog pedem desculpas pelo sumiço. Uma delas está naquela época chata pela qual todo estudante passa duas vezes ao ano – o final de período. A outra é uma desocupada acabada de voltar de viagem que vem se adaptando lentamente. Muito em breve o blog voltará ao normal.

E para começar a cumprir nossa palavra, anunciamos agora uma pequena exposição.

Dos dias 6 a 11 de julho, o CCBB Rio de Janeiro mais uma vez nos presenteia, dessa vez com uma série de filmes sobre a eterna bonequinha de luxo, Audrey Hepburn.

A atriz belga criada na Inglaterra fundou a imagem das mulheres fofas, educadas e elegantes, mas era mais que isso. Considerada um ícone até hoje, Audrey Hepburn vai além de “Bonequinha de Luxo” e “My Fair Lady”, razão pela qual vale a pena conhecer a Audrey que existiu fora do cinema.

O CCBB vai exibir “A Princesa e o Plebeu”, “Sabrina”, “Guerra e Paz”, “Cinderela em Paris”, “Bonequinha de Luxo”, “My Fair Lady” e “Quando Paris Alucina”.

A programação e outros detalhes podem ser encontrados no site: http://www.bb.com.br/portalbb/page511,128,10153,1,0,1,1.bb?dtInicio=7/2010&codigoEvento=3446

Natasha Ísis

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Almodóvar no CCBB

  Pois é, meus amigos, mais uma mostra de cinema se inicia hoje no CCBB, para nossa alegria e desespero.

  O cineasta da vez é Pedro Almodóvar que dispensa apresentação (até porque eu só saberia fazer uma bem clichê, procura no google que é mais interessante) e que estréia este mês seu aguardado novo filme “Abraços Partidos” (matéria interessante sobre o filme na Bravo!). A mostra fica em cartaz do dia 24/11 ao 06/12 e é de graça (aqui a programação).

  O interessante é que essa mostra trata-se na verdade de um programa do CCBB, de caráter formativo (de acordo com o site). Ainda não dá pra saber o que isso vai resultar na prática, mas parece que o CCBB vai investir em programações apresentando cineastas a um público ainda não iniciado a obra desses artistas selecionados (isso quer dizer que virão outros programas parecidos com outros cineastas e também de graça, eu acho). Isso é muito bom e tem uma proposta diferente da mostra do Woody Allen que é um projeto grande, voltado para um público já iniciado (e muitas vezes viciado) na obra de Allen, disposto a participar de debates (cheio de informações e referências que nem todo mundo domina) e a pagar para ver os filmes. Os dois tipos de mostras são muito válidos e é bom ver o CCBB investindo tanto em um público mais familiarizado com o cinema, quanto para um que ainda está se iniciando. Isso ajuda a democratizar e conseqüentemente, expandir o público de cinema.

Aproveitem!

Escrito por Taís Bravo

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Woody Allen, meu namoradinho.

(a mostra do CCBB me inspirou)

Não sei dizer se Woody Allen é meu cineasta preferido, no entanto, é sem dúvidas, o meu mais querido e também o que conheço melhor a obra. Quando vou assistir a um filme de Allen, não tenho sempre a certeza de que vou assistir ao filme da minha vida (embora isso tenha acontecido mais de uma vez, tenho muitos filmes da minha vida), mas sim sabendo que vou experimentar novamente a indescritível sensação prazerosa que me faz amar o cinema.

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Para mim, todo filme de Woody Allen é uma homenagem ao cinema, porque ali está um homem que dedicou toda sua vida a essa arte, superou seus tramas, problemas e angústias em relação à vida para realizar um trabalho memorável. Além disso, se Truffaut defendia que os cineastas têm espécies de “manias” – que são os elementos que fazem um cinema ser ou não autoral – as manias de Woody Allen me deliciam, porque muitas são também minhas manias. Suas paixões mal resolvidas, auto-ironia, cinismo, as mulheres loucas (um capítulo adorável a parte na obra de Allen), os conflitos existências, as paranóias, são alguns dos traços de Allen com os quais me identifico.

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Woody faz um cinema que entretêm e é profundo, faz seus expectadores rirem e pensar, isso é perfeito. Por mais que sua obra (e talvez sua própria vida) não possua um teor político (o que eu considero importante, mas aí é uma das minhas manias), não se tratam de filmes com temas vazios, pelo contrário, há muita filosofia neles – dessa que você não precisa ter conhecimento teórico para sentir. Seus filmes, para mim, são verdadeiras lições de como lidar com a vida, com os problemas individuais e as grandes dúvidas que todo ser humano tem, tudo isso com humor (majoritariamente).

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Em seus filmes, Allen freqüentemente aborda a amargura da vida, mas (quase) sempre exposta de uma maneira afirmativa que não nos impele a um desespero niilista, mas sim certo conformismo ativo (afinal é “Igual a tudo na vida”, e “Wee need the eggs”) que para mim tem um forte tom existencialista, apesar da angústia há a liberdade e o poder de escolha, o mundo é cheio de injustiças e tristezas, mas ainda podemos fazer algo (“Somos o que fazemos do que fazem de nós” – para eu citar Sartre e me sentir cult).

“Interiores” expressava os meus sentimentos pela vida, que é um nada frio e vazio em que vivemos e que a arte não salva – só um pouco de calor humano ajuda. Isso era uma coisa que eu estava escrevendo didaticamente. Uma porção de idéias minhas, se você juntar todas, vão parecer pessimistas. “Crimes e pecados”, você pode cometer um crime e se safar porque o universo não tem deus. Se você não se policia, então ninguém vai te policiar. Em” A rosa púrpura do Cairo” a minha sensação era, como eu já disse antes, de que você tem de escolher entre a realidade e a fantasia e, claro, é forçado a escolher a realidade, e ela sempre te mata. Em “Interiores” havia muita coisa sobre quanto somos frios e pouco comunicativos uns com os outros, e como a vida é uma coisa aterrorizante, e a morte é aterrorizante, e nada ajuda. É juntar tudo isso [ri baixo] e ver como parece muito sombrio.

Eu gosto muito também das mulheres de suas histórias. Tudo bem que há doses exageradas de paranóia e loucura em algumas delas, mas é comum a arte se apropriar do exagero e não posso negar que Allen mostra essa loucura de um jeito muito charmoso. Eu simplesmente amo todas aquelas diferentes mulheres de Hannah e suas irmãs (o filme que me fez começar a gostar de Woody Allen). Hannah é a irmã perfeita, meio garota tom pastel que me irrita, mas pode ser adorável (me lembra um pouco Vicky de “Vicky Cristina Barcelona”); Lee é um tanto quanto problemática, o tipo de mulher apaixonada, intensa e sensual que Allen gosta de explorar em suas histórias (Cristina de “Vicky Cristina Barcelona”, Amanda de “Igual a tudo na vida”…); Holly é a, perdoem-me a expressão, crazy bitch, completamente desnorteada e com um tendências auto-destrutivas (lembra María Elena de “Vicky Cristina Barcelona” e a Melinda dramática de “Melinda e Melinda”). Todas essas mulheres me fascinaram muito, porque Woody as cria com uma graciosidade incrível, afinal elas o enlouquecem, mas ele as ama. Minha preferida, no entanto, é sempre a Diane Keaton, ela por si só é maravilhosa, tem uma beleza particular que me encanta, além disso, nenhuma personagem, para mim, tem mais carisma que Annie Hall. Confesso que não gosto tanto da Mia Farrow, mas sua personagem em “Crimes e Pecados” é outra que ganhou minha admiração, workaholic, fria, absurdamente sarcástica e inteligente, não tem como não se apaixonar.  Acho que concordo com a maneira que Woody Allen compõe os tipos humanos, não sei se é certo ou realista, mas é bem similar com a maneira com que eu vejo as pessoas também.

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Dá pra escrever qualquer coisa para a Mia. Ela é uma atriz desse tipo. É mais uma atriz clássica, mas é capaz de fazer uma cantora barata e uma mãe dramática. A [Diane] Keaton também é capaz disso, em grande medida. Mas a Keaton tem um certo tipo de personalidade muito, muito espetacular, e é muito agradável na tela. O pró dessa personalidade é que é um dote único, tremendo. E o contra – e não acho que seja um contra tão grande assim – é que nem sempre é fácil perder essa personalidade é quando você quer mergulhar num personagem. Mas ela sempre foi muito boa nisso. Ela também tem um amplo alcance.

Woody Allen é um marco na história do cinema, pela sua originalidade, pelo tom único que tem sua obra e por mostrar o quanto o humor pode ser sério e profundo. As manias de Allen tornam seu cinema autoral, mais do que isso, nos dão a sensação de visitar um velho amigo inteligente, engraçado e paranóico (de vez em quando mais depressivo e pessimista que o normal) a cada filme assistido.

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Não é à toa que eu já sonhei que a gente namorava e andava de mãozinhas dadas em Botafogo (foi só isso tá, não venham com suas mentes maliciosas para cima de mim).

Quando eu era menino, sempre corria para o cinema em busca de um escape – às vezes doze ou catorze filmes por semana. E, adulto, consegui viver a minha vida de forma um tanto autocomplacente. Consigo fazer os filmes que quero, e então, durante um ano, posso viver naquele mundo irreal de mulheres bonitas e homens interessantes, situações dramáticas, figurinos, cenários e realidade manipulada. Sem falar em toda a maravilhosa música e em todos os lugares aonde me levou. [Ri.] Ah, e às vezes eu consigo sair com uma das atrizes. O que poderia ser melhor? Escapei para uma vida no cinema do outro lado da câmera, mais que para o lado da platéia. [Faz uma pausa.] É irônico eu fazer filmes escapistas, mas não é o público que escapa – sou eu.

(trechos em Itálico foram retirados do livro ‘Conversas com Woody Allen” de Eric Lax)

Escrito por Taís Bravo

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Arquivado em Ai ai ui ui, Resenha, The bitch is crazy

A Elegância de Woody Allen – a lista.

Essa final de semana, fui ao CCBB para assistir filmes da mostra do Woody Allen e tenho que dizer que está tudo impecável e estou morrendo de ansiedade para ter o catálogo gigantesco (ele não será vendido e sim trocado por 5 ingressos).

Também aproveitei para me organizar e cumprir a difícil missão de fazer uma lista dos filmes imperdíveis. A lista de filmes que eu quero ver é um pouco diferente desta. Esta lista fiz pensando em quem ainda não conhece muito bem a obra do Woody Allen, já que a mostra é uma excelente oportunidade para se reverter essa situação (ainda tendo o benefício de ver os filmes em película, com o conforto do cinema e por preços bons). Nem todos os filmes eu vi, nem todos eu gosto, tentei fazer uma lista, mas está longe de ser um ranking. Espero ajudar a quem está perdido com os 40 filmes e infelizmente não tem tempo de ver todos.

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Isso sim é charme!

Aí vai:

NOIVO NEURÓTICO, NOIVA NERVOSA (ANNIE HALL) . cor . 93’ . 14 anos

Acho que é o meu filme preferido do Woody Allen. Um clássico da história do cinema, imperdível.

Dia 15/11, domingo . 18h

Dia 19/11, quinta-feira . 17h30 * sessão seguida de debate

Dia 24/11, terça-feira . 18h30

CRIMES E PECADOS (CRIMES AND MISDEMEANOURS) . cor . 104’ . 14 anos

Um dos filmes mais profundos e com questões filosóficas interessantíssimas. Esse filme é muito importante para este blog.

Dia 14/11, sábado . 18h

Dia 27/11, sexta-feira . 19h30

MANHATTAN . p&b . 96’ . 14 anos

Belíssimo, com uma fotografia esplêndida, engraçado e inteligente.

Dia 11/11, quarta-feira . 19h30

Dia 15/11, domingo . 14h

INTERIORES (INTERIORS) . cor . 93’ . livre

Esse eu ainda não vi e por isso estou desesperada para assistir na mostra. É o primeiro drama de Woody Allen.

Dia 19/11, quinta-feira . 15h30

Dia 29/11, domingo . 16h

A ROSA PÚRPURA DO CAIRO (THE PURPLE ROSE OF CAIRO) . cor . 82’ . 14 anos

O filme é uma real homenagem ao cinema e te deixa de cara caída e com muitas reflexões no final. Um dos preferidos do próprio Allen (e meu também).

Dia 18/11, quarta-feira . 19h30

HANNAH E SUAS IRMÃS (HANNAH AND HER SISTERS) . cor . 103’ . 14 anos

Woody Allen não gosta desse filme, mas eu o adoro e o acho repleto de elementos que marcam toda a história de sua obra. Há momentos lindos como o do poema de Ee. Cummings.

Dia 10/11, terça-feira . 15h30

Dia 13/11, sexta-feira . 19h30

VICKY CRISTINA BARCELONA . cor . 96’ . 12 anos

Nem todo mundo gosta desse filme, mas eu o amo. Uma das melhoras coisas do cinema atual. Destaque, obviamente, para Penélope Cruz e o roteiro incrível.

Dia 12/11, quinta-feira . 13h

Dia 18/10, quarta-feira . 15h30

O QUE HÁ, TIGRESA? (WHAT’S UP, TIGER LILY?) . cor . 80’ . livre

Esse eu ainda não vi e por isso estou desesperada para assistir na mostra [2]. O primeiro filme de Woody Allen.

Dia 18/11, quarta-feira . 17h30

MEMÓRIAS (STARDUST MEMORIES) . p&b . 89’ . 14 anos

Esse eu ainda não vi e por isso estou desesperada para assistir na mostra [3]. Foi um filme que teve uma péssima recepção do público e da crítica. Woody Allen se inspirou em Fellini para o criar.

Dia 25/11, quarta-feira . 17h30 * sessão seguida de debate

MATCH POINT – PONTO FINAL (MATCH POINT) . cor . 124’ . 14 anos

Não gosto muito desse filme, mas marca uma nova fase de Woody Allen, britânica e dramática. Um drama que foi bem recebido pela crítica ao contrário dos outros. Dia 12/11, quinta-feira . 17h

Dia 24/11, terça-feira . 13h

(Tem mais posts do Woody Allen vindo aí, acho que vocês terão uma pequena overdose. )

Escrito por Taís Bravo

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CCBB: Woody Allen e Almodóvar

Em um momento déjà-vu do Festival do Rio, nesse momento as donas deste blog estão eufóricas com a programação do CCBB desse mês.

Começando amanhã, a mostra “A elegância de Woody Allen”, onde serão exibidos diversos filmes, alguns seguidos por debates. Mais: no Cinema 1 as exibições serão em película. É pra se emocionar mesmo.

E, como se não bastasse essa mostra fantástica, dia 24 de novembro será a estréia do programa “CCBB Em Cine”, com foco na formação de público. E a retrospectiva escolhida para essa primeira edição foi de ninguém menos que Pedro Almodóvar. Ah, a entrada é franca.

Por enquanto é possível se organizar somente para a mostra do Woody Allen, cuja programação está no site: http://www.woodyallen.com.br/index.html. Quem quiser saber os dias dos filmes de Almodóvar é só dar uma olhada na programação impressa do CCBB. Assim que sair uma versão online, colocamos aqui.

Conforme formos vendo alguns filmes comentaremos aqui, claro. Bom desespero de final do período + filmes imperdíveis para vocês!

Obs.: Um “muito obrigada” ao blog “Imagem em Movimento” que nos deu um selo de qualidade (http://christianjafas.wordpress.com/selos/). Nem preciso falar que ficamos super felizes, não é?

Escrito por Natasha Ísis

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It’s all happening!

O blog, aparentemente, está meio abandonado. Mas não pense que é por escolha nossa, acontece que as autoras deste blog, apesar da vibe abduzidas pelo cinema, tem uma vida pessoal para organizar (e ela geralmente é uma grande bagunça). Fora isso, também estamos (infelizmente) um pouco afastadas dos filmes, de novo, por culpa dessa vida pessoal desorganizada.

Mas como me dá dó ver esse blog abandonado, fiz uma listinha de dicas para vocês:

O blog do Domingos de Oliveira. De uma maneira descompromissada e leve, Domingos nos dá aulas de cinema com o seu blog, vale a pena conferir.

– A mostra “Filmes libertam a cabeça: R. W. Fassbinder” no CCBB. (Mostra essa que eu jurei que ia assistir pelo menos um filme, mas, é… dessa vez a preguiça também ajudou). Aliás, outra dica é a videoteca do CCBB que tem um arquivo gigante de filmes disponíveis por um preço amigo.

– O primeiro curta do Truffaut disponível no Youtube: “Les Mistons” (dividido em parte I e parte II).

– O blog do Zacca, meu miguxo, que não é só sobre cinema, mas tenho certeza que aborda temas interessantes aos admiradores do cinema de qualidade.

almostf

"...if you never get hurt, you always have fun..."

Bom, por hoje é só isso. Mas prometo que durante a semana voltamos com resenhas, piadinhas e posts excepcionais para vocês, beijos!

Escrito por Taís Bravo

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