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Motherfuckersuperestimadotarantino?

Mais da metade do mundo vai me achar uma chata por causa desse post, mas é, sorry, talvez eu seja mesmo… Acontece que não consigo entender qual foi da euforia “Bastardos Inglórios”? Pelo menos vendo o filme, eu não consegui sacar o que fez tanta gente postar no twitter e comentar por aí o quanto o filme é foda. O que me leva a especular que deve ter alguma relação com a publicidade (oi, não tem um ponto de ônibus sem o cartaz do filme?), com a quase vinda do Tarantino ao Festival do Rio, com o fato de todo mundo curtir nazistas sendo mortos loucamente (não que eu torça pela vida próspera desses, né?) ou simplesmente porque Tarantino se tornou um grande ícone e, portanto propenso a ser superestimado. Ou, minha opção mais temida e a mais possível, que eu seja uma chata mesmo.

Acontece que eu tenho implicância com filmes superestimados, muita implicância mesmo, acho chato filmes ganharem atenção e prestígio (e dinheiro) por uma fama construída a partir de euforias vazias e nada merecidas, me irrita, acho injusto. E aí, po, Tarantino nem tem culpa se ele tiver uma legião de fãs com pouco senso crítico e uma produtora fodona que garanta seu sucesso independente da qualidade de seus filmes – então, se você ler isso budy, não me leve a mal, não é pessoal (até porque, sei lá, tenho um pouco medo dele). Mas, bem, alguém tem que dizer que, pera lá minha gente, efeitos incríveis, criatividade inquestionável, algumas atuações boas, trama envolvente, mas que mais? O roteiro está longe, mais muito longe de ser tão inteligente quando “Pulp Fiction”, as cenas de ação também nem se comparam com as de “Kill Bill”, fotografia mediana, etc, etc… Bastardos só tem como apelo um tema mais polêmico e o sadismo exaltado de Tarantino. Mas é entretenimento, tanto quanto os outros, no entanto, de qualidade inferior. Então por que tudo isso? É só o que eu queria saber.

Não acho Tarantino profundo, sei lá, vai ver é falta de sensibilidade ou inteligência da minha parte. Mas eu realmente não creio que essa seja a proposta dele, o vejo muito mais como um cineasta que gosta de chocar o público, e faz isso muito bem, o entretendo do início ao fim de um filme. A criatividade, a capacidade de misturar diferentes elementos em um tema, de criar tramas e diálogos complexos e de fazer as cenas de violência mais impensáveis e sádicas que já existiram, por tudo isso Tarantino merece ser reconhecido. Eu li em algum texto do Truffaut que você não deve questionar as “manias” de um cineasta – é mais ou menos isso, não tou com o texto aqui pra explicar melhor – então, se Bertolucci é um ninfomaníaco, você tem que aceitar, porque é isso o que o torna Bertolucci. Fico pensando se o problema não é esse, se eu não estou esperando do Tarantino algo que não é dele – porque, é, sei que adoraria ver outra abordagem da trama em vez daquele sangue todo. No entanto, eu adorei “Pulp Fiction” quando vi e ”Kill Bill” também, mesmo eu não sendo muito fã de filmes de ação/violência, tenho consciência que Tarantino vai muito além desses gêneros e admiro seu trabalho. E como admiradora – mas não exatamente especialista, ok, deixo bem claro – não entendo o porquê desse rebuliço com “Bastardos Inglórios”. Não me cativou, não me proporcionou muitas risadas e saí do cinema pronta pra esquecer tudo. Então, por favor, de verdade, me digam: Por que vocês gostaram de “Bastardos Inglórios”?

Escrito por Taís (chata) Bravo

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